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Úlpia Severina: a imperatriz esquecida que talvez tenha governado Roma sozinha
Úlpia Severina permanece uma figura envolta em mistério na história romana. Esposa do enérgico imperador Aureliano, ela viveu numa época de intensas turbulências políticas, durante o chamado século das crises. O que a torna singular, no entanto, é a possibilidade de que, após o assassinato do marido, ela tenha assumido o governo do Império por conta própria — um feito sem paralelo entre as mulheres da Roma antiga.
Muito pouco se sabe sobre sua origem. Alguns relatos sugerem que teria laços com a antiga elite da Dácia ou mesmo com a linhagem do imperador Trajano, embora tais afirmações sejam contestadas. Não há fontes literárias confiáveis que relatem diretamente sua vida; tudo o que se conhece provém de inscrições e vestígios arqueológicos.
O certo é que Severina acompanhou Aureliano durante seu governo e recebeu títulos honrosos como mãe dos exércitos, do senado e da pátria, o que revela um prestígio pouco comum para uma imperatriz da época. Após a morte súbita de Aureliano em 275, o Império passou por um vácuo de poder. Nesse intervalo, antes da aclamação de Marco Cláudio Tácito, há indícios de que Severina teria assumido as rédeas do Estado, ao menos de maneira simbólica ou administrativa — sendo, nesse caso, a única mulher a governar sozinha todo o Império Romano.
Uma mulher que talvez tenha comandado Roma em silêncio — e cujo legado ainda desafia o tempo e as lacunas da história.
Anverso:
Legenda SEVERINAE AVG, busto diadema e drapeado à direita, colocado em crescente
Reverso:
Legenda CONCORDIAE MILITVM, Concordia em pé de frente, cabeça para a esquerda, segurando dois estandartes; q no campo direito, XXI em exergo.
Ano de Cunhagem: 274 - 275 D.C
Oficina: Síscia
Material: Billon
Peso: 4.1g
Diâmetro: 21mm
Espessura: 1,5mm
Referência Catalográfica: RIC V 1-13
Código interno: 251861
