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A gens Marcia era uma das mais antigas e prestigiadas famílias da Roma Antiga, reivindicando origem sabina e descendência direta de Numa Pompílio e de Anco Márcio, segundo e quarto reis romanos. Embora inicialmente ligada à ordem patrícia, os Marcii conhecidos no período republicano eram todos plebeus, destacando-se a partir do século IV a.C., quando Caio Márcio Rutilo se tornou o primeiro da família a alcançar o consulado após a abertura do cargo aos plebeus. A tradição associa a gens a figuras lendárias, como Numa Márcio — primeiro Pontífice Máximo — e Anco Márcio, que teria promovido importantes obras urbanas e religiosas em Roma. Apesar de sua origem régia, os Marcii da República consolidaram sua influência por meio de cargos públicos, obras monumentais como a Aqua Marcia e uma moeda iconográfica rica, que frequentemente exaltava seus ancestrais.
Ao longo dos séculos, a família dividiu-se em vários ramos, identificados por cognomes como Rutilus, Censorinus, Philippus, Figulus, Rex e outros, cada qual refletindo características pessoais, feitos políticos ou associações culturais. O cognome patrício Coriolano, ligado ao herói Caio Márcio Coriolano, não parece ter sido herdado pelos ramos posteriores, todos plebeus. Os Marcii usavam poucos prenomes, entre eles Lucius, Gaius e Quintus, preservando uma tradição conservadora. Vários membros se destacaram como cônsules, censores, tribunos e magistrados, deixando um legado que combina história, mito e propaganda visual, especialmente evidente nas moedas que celebravam tanto seus ancestrais lendários quanto suas conquistas políticas.
Legenda X L - Personificação humana de Roma voltada à direita;
Legenda Q MAR C F L R - Victória (ou Nike) galopando em uma quadriga e avançando à direita
Ano de Cunhagem: 125 a.C.
Referência Catalográfica: Crawford 283/1a - From Aeneum Collection
